Valdivino denunciou ameaça de morte |
O lavrador Valdivino Silva visitou ontem (3) o escritório da Cáritas Brasileira Regional Maranhão para denunciar ameaças de morte recebidas por ele e outras lideranças da comunidade quilombola São Benedito dos Colocados, em Codó/MA. Habitado desde 1870, o povoado é certificado pela Fundação Cultural Palmares (FCP), vinculada ao Ministério da Cultura (MinC).
As lideranças registraram boletim de ocorrência contra Antônio Ricardo Archer, ex-prefeito de Codó, neto do ex-governador Sebastião Archer (1883-1974), e oficiaram a Promotoria de Justiça da Comarca de Codó acerca de intimidações e ameaças proferidas pelo denunciado.
Segundo relatos, o próprio Archer se dirigiu até a comunidade, acompanhado de três homens. Estes voltaram à comunidade, perguntando pelo local de residência de algumas lideranças, entre os quais Valdivino e Antonio Santana (pessoas com deficiência), Zé Domingos e Francisco Cruz – os ameaçados que realizaram as denúncias na Delegacia e na Promotoria de Justiça do município.
Uma reunião com moradores da comunidade para tratar do assunto aconteceu na noite da última quinta-feira (27 de julho). 73 famílias vivem e produzem mandioca, arroz, milho e feijão em São Benedito dos Colocados. Na tarde deste dia, homens não identificados foram até a comunidade afirmar que iriam participar da reunião – durante a mesma, moradores foram surpreendidos por um carro preto, com vidros fumê, escoltado por duas motos, cada uma com dois ocupantes. Ninguém desceu. As placas dos veículos não foram anotadas.
Na representação protocolada junto ao Ministério Público Estadual, a comunidade requer o acionamento do serviço policial para a garantia do direito à segurança da comunidade, em especial às quatro lideranças ameaçadas, e a notificação de Antonio Ricardo Archer, para que se manifeste sobre as denúncias.
Presidente do Conselho Regional da Cáritas no Maranhão, membro do Movimento Nacional de Economia Solidária e da coordenação estadual da Rede Mandioca, Valdivino Silva, durante a visita à Cáritas, prestou depoimento a Elias Pereira, ouvidor de Direitos Humanos da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular do Maranhão (Sedihpop).
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