Herbert de Jesus Santos
Para quem bate o sino e acompanha a procissão, com um olho na missa, e o outro, no padre, como este repórter, no sentido figurado de alertar alguma deficiência comunitária, para melhorar, e ver de perto, para contar de certo, conforme recomenda o bom Jornalismo, fazia um tempão em que não se assistia à procissão de São José, num mar de devotos, escoando nas duas pistas da Rua Grande, como na tarde/noite de domingo passado, quando a lua cheia, convidada para a Festa de Ribamar, há mais de 200 anos, emoldurou a missa campal prestigiada por milhares de pessoas.
Com 90 anos de idade, em mais de 30, acompanhando da sua porta a passagem do cortejo do padroeiro, o procurador de Justiça aposentado José Ribamar Seguins percebeu crescimento maior, neste ano, como há muito tempo não visto. Decano do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), onde ocupa a cadeira Nº 21, patroneada por Henriques Leal, Seguins (então presidente, recepcionou-me no IHGM, como membro e seu confrade do sodalício, em 28.7.1993) foi professoral no que considerou: “Observamos que a conciliação da parte religiosa com a popular sempre foi melhor para a Festa de Ribamar”. Mais novo, porém com mais tempo de vida, presenciando ao evento, por haver nascido ribamarense, o engenheiro-civil Francisco José Albuquerque, vibrando, não deixou sua emoção por menos: “No ano que vem, com o retorno do formato com clubes dançantes, crescerá muito mais com a nossa esperança de alcançar o nível de maior do Maranhão e uma das mais concorridas do Nordeste”. E acrescentou, confiante: “Vivemos o tempo de agregar valores, e sempre foi assim, na festança do nosso padroeiro, quando a lua cheia nos brindava com seu charme, dando mais elegância do início da novena ao Domingo da Festa!”
Círio de Nazaré, com a festa de brega, e proibição em Ribamar — Falamos que a Festa de Ribamar era maior, e mais bonita e prestigiada, quando não ia somente até à procissão, qual os padres teimaram em fazer, e fracassaram em seu sucesso, tirando a parte dançante. Este modelo popularizado, foi perdido para a Festa do Círio, em Belém (PA), desde os anos de 1980, segundo seus estudiosos: “O universo comum dos bailes de brega mobiliza Belém, especialmente na conotação religiosa, como o Círio de Nazaré, que, anualmente, imprime uma certa mudança de ênfase das práticas festivas disseminadas pelo espaço urbano durante o período de sua ocorrência. O circuito bregueiro permanece ativo na cidade e se interpola no roteiro da programação religiosa, adaptando-se ao espírito festivo dominante, assumindo um papel de complementação dos festejos. O baile brega permanece como uma opção importante de lazer para os romeiros e fiéis do Círio”. Por fora dessa interação social, em Ribamar, os padres reprimiram a parte dançante do festejo, como era, perto da Praia do Barbosa, e ensejou a decadência.
A volta da lua cheia, com mar de gente na procissão — Mal programada, fora da lua cheia, após a procissão, em 2014, os vigários prejudicaram até a comercialização de louças de cerâmica, de Rosário, batata-roxa, da Região do Munim, e suvenires dos camelôs de São Luís. Anunciaram que, em 2015, seria em 27 de setembro, o domingo no apogeu da Lua, e a fizeram em minguante, em reprise fracassada da de 2014. Após muita insistência deste jornalista, foi, em 2016, domingo da festa, sob a lua cheia, quanto na tradição secular, e prenúncio de que, em 2017, será sucesso para o Brasil inteiro vir ver de perto, para contar o certo. Ganhou A Festa de Ribamar, com a devoção, também, do JP Turismo, que nunca se fechou para a esperança de que melhoraria em movimentos dos católicos, como no seu auge, há tempos. Em tempo: Enviei muitos cartazes da Festa de Ribamar, para Brasília (com a atenciosa recepção da professora Graça Rodrigues, maranhense de Codó), Rio e São Paulo (com ribamarenses e são-luisenses, conhecidos e parentes meus da Madre de Deus), com o intuito de ajudar no soerguimento do festejo, no atrativo aos visitantes e romeiros, que perdemos, com a decadência; o Domingo da Festa foi, neste ano, com lua cheia, que nem há mais de 200 anos; e a Comissão de Devotos à Revitalização da Festa de Ribamar, da qual integro, providenciará, para melhorar o astral do movimento, em 2017.
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