Aliados de Bolsonaro no Centrão se articulam para propor criação do posto de "senador vitalício" para ex-presidentes; o cargo, entretanto, não deverá ter poder de voto
Representantes no Congresso de partidos associados ao “Centrão” estariam se articulando para criar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que torna todos os ex-presidentes “senadores vitalícios”. O objetivo seria garantir imunidade parlamentar a Jair Bolsonaro caso não se reeleja.
Segundo as jornalistas Andreia Sadi, Natuza Nery e Julia Dualibi, no podcast Papo de Política, o atual cargo de Bolsonaro permite que aliados políticos o protejam. Caso não seja reeleito, a situação pode complicar. O cargo de “senador vitalício”, todavia, não deverá ter poder de voto nas tomadas de decisão da Casa, poderá apenas expressar opiniões e discursar.
Sem o foro privilegiado e o apoio do Procurador Geral da República, Augusto Aras, e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o presidente poderia estar sujeito a condenações.
Atualmente, Bolsonaro é suspeito de dez crimes. Durante seu mandato de deputado federal, acredita-se que tenha praticado rachadinha. Já nove crimes foram nomeados no relatório final da CPI da Covid, entre eles: crime contra a humanidade, emprego irregular de verba pública, charlatanismo e falsificação de documentos particulares.
O cientista político Rodrigo Prando analisa que a possibilidade de concretização desse novo cargo é ínfima. “Essa ideia de senador vitalício é pouco provável de avançar na sociedade brasileira, por já surgir no contexto de respaldar juridicamente o presidente", explica. Ele acredita que pressões sociais farão com que os políticos se abstenham de apoiar o projeto. Segundo Rodrigo, a proposta poderia ser uma resposta às pesquisas eleitorais que preveem a derrota de Bolsonaro no segundo turno de 2022.
O Povo
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