segunda-feira, 1 de junho de 2015

Empresários e trabalhadores da construção civil vão paralisar no dia 3

Atrasos no pagamento das empresas pode levar a paralisação das obras
Empresários e trabalhadores da construção civil de São Luís farão uma paralisação das obras nesta quarta-feira, 3 de junho, em protesto contra os atrasos no pagamento das empresas de empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). O ato, denominado Grande Manifesto dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil, ocorrerá das 9h às 13h, na Praça Pedro II, Centro, e tem apoio do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Maranhão (Sinduscon-MA), Associação dos Dirigentes de Empresas Imobiliárias do Estado do Maranhão (Ademi-MA) e Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de São Luís (Sindconstrucivil). Os contratos com o MCMV respondem por aproximadamente 70% da atividade da construção civil no estado.
De acordo com o presidente do Sinduscon-MA, Fábio Nahuz, os atrasos no pagamento dos contratos do MCMV pelo Governo Federal vêm ocorrendo desde novembro do ano passado, o que vem implicando no atraso de pagamento de salários aos trabalhadores e demissão em massa. A projeção é de 10 mil demissões no estado neste semestre. “A construção civil está enfrentando uma grave crise e grande parte dela foi causada pelo atraso nos pagamentos dos contratos firmados pelo Governo Federal com empresas referentes ao programa Minha Casa Minha Vida. A situação está se tornando insustentável, por isso resolvemos paralisar as obras em geral para tentar sensibilizar o governo para a crise no segmento, que ocorre em todo o país”, afirma Nahuz.
Os problemas com os atrasos começaram a surgir em dezembro do ano passado, pois sem receber pagamento, empresas ficaram sem recursos para pagar a segunda parcela do 13º salário e começaram inclusive a demitir trabalhadores. Com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o Sinduscon-MA e outros sindicatos começaram a se mobilizar em nível nacional para tentar regularizar os pagamentos. “Participamos de reuniões com dirigentes da Caixa e do Banco do Brasil e mostramos as consequências dos atrasos do pagamento dos contratos para as empresas, trabalhadores e a própria sociedade. A meta da CBIC e sindicatos é fazer com que o governo regularize o pagamento, mantendo-o em dia, evitando assim o colapso do segmento em todo o país”, explica Fábio Nahuz. A CBIC informou que vem havendo liberação de recursos, mas de forma gradativa e em valores insuficientes para garantir sanidade e tranquilidade às empresas, que precisam cumprir seus compromissos com clientes, trabalhadores e fornecedores.
De acordo com o presidente da Ademi-MA, Osvaldino Pinho, os empresários estão apoiando os trabalhadores nesta mobilização, pois unidos, irão defender o segmento e principalmente os empregos, que estão em risco. “Mesmo sem receber, as empresas tiveram que arcar inclusive com o reajuste salarial dos trabalhadores e outros compromissos, comprometendo ainda mais suas despesas. Nossa meta não era demitir, buscamos alternativas para evitar que se chegasse a isso, mas foi ficando cada dia mais difícil e algumas empresas tiveram que recorrer às demissões para continuar sobrevivendo no mercado. Queremos evitar mais demissões, por isso apoiamos o manifesto dos trabalhadores para mostrar à sociedade a situação atual em que vivemos, buscar apoio e ainda tentar sensibilizar o governo, para que regularize o pagamento dos contratos do MCMV e tranquilize empresários, trabalhadores e a sociedade”, conclui Osvaldino Pinho. 



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