Durante audiência da CPI da Petrobras, terça-feira, na Câmara dos Deputados, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, ao ser questionado pela deputada maranhense Eliziane Gama, confirmou que repassou entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões em propinas ao então ministro de Minas e Energia Edison Lobão, e que o dinheiro também tinha como destinatária a então governadora Roseana Sarney.
De início, Eliziane questionou o ex-diretor da Petrobras sobre como se deram as conversas com Lobão e Roseana e qual tinha sido o conteúdo destes encontros. “Constou neste debate também o pagamento de propinas para a refinaria Premium”?
Paulo Roberto Costa disse que a solicitação dos recursos foi feita sem intermediários. “Fui numa reunião com o ministro Edison Lobão e ele me pediu recursos para ele e para a Roseana. Este pedido foi feito pelo ministro Lobão. Não sei se foi um milhão ou dois milhões, mas está na minha delação”, disse Costa.
Na delação premiada, Paulo Roberto Costa afirmou que metade da propina repassada pelo ex-diretor tinha sido para a campanha eleitoral de Roseana, de 2010, e o restante para o próprio Lobão.
Eliziane questionou Paulo Roberto, também, sobre uma afirmação sua de que as indicações políticas para cargos da diretoria da Petrobras teriam começado em 1985, no início governo Sarney.
Paulo Roberto Costa contou que foi no governo Sarney que começaram as indicações políticas para as diretorias da Petrobras. “Não sei se o esquema de irregularidades em contratos já acontecia nessa época”, complementou.
“Quem está comandando este sistema de desvio de recursos”, quis saber Eliziane Gama.
Paulo Roberto afirmou que não havia um comando no esquema de corrupção na estatal. Citou o PP, PMDB e PT como beneficiários da corrupção.
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