Entre os mais de 8 mil brasileiros que tinham contas numeradas no HSBC da Suíça entre 2006 e 2007, estão nomes da cultura nacional, ligados a música, TV, cinema e literatura. Em contraponto ao levantamento feito pelo GLOBO e pelo UOL, os citados disseram não ter contas no banco ou não ter cometido qualquer irregularidade.
Das personalidades, quatro são membros da família de Jorge Armado — o escritor; sua esposa, Zélia Gattai, e dois filhos. Segundo o HSBC, a conta foi aberta na Suíça seis meses antes da morte de Jorge e, em 2006/2007, a conta não tinha saldo.
Os nomes de Francisco Cuoco, Claudia Raia, Edson Celulari, Maitê Proença e Marília Pêra também aparecem na lista do SwissLeaks. O apresentador Jô Soares é relacionado a quatro contas numeradas, abertas entre 1988 e 2003. Em 2006/2007, todas estava zeradas.
Tom Jobim, que morreu em 1994, também consta na lista dos brasileiros. Ele dividiu a conta com a mulher, Ana Lontra Jobim, que ainda aparece como dona de outras duas contas.
Com exceção de Jô Soares e Ricardo Waddington (cineasta, também conhecido como Andrucha), os artistas e intelectuais listados desenvolveram trabalhos financiados, em parte, por dinheiro de fomento à cultura.
Citados negam – As celebridades que aparecem nas planilhas do banco disseram ao GLOBO que não têm ciência de qualquer conta no HSBC ou terem realizado todas as operações financeiras de forma legal.
Por e-mail, a filha de Jorge Amado, Palo Amado, afirmou que o pai morou na França e abriu uma conta em Nova York para receber valores referentes a direitos autorais que vinham de fora do Brasil. Quando Jorge Amado ficou doente, o banco teria avisado que, pela legislação, em caso de morte do titular da conta, ela ficaria bloqueada até o encerramento da sucessão — e o tesouro americano cobraria um imposto altíssimo. Foi quando a família transferiu a conta para a Suíça.
Jô Soares disse estar "espantado" com seu nome na lista.Ele afirmou ser correntista do HSBC de Nova York e disse que todas as transações foram devidamente declaradas às autoridades fiscais. Jô afirmou nunca ter sido informado sobre qualquer operação do banco com a filial suíça.
Maitê Proença disse que não tem conta no banco suíço. Francisco Cuoco, Marília Pêra e Claudia Raia foram procurados via assessoria, que não retornou os questionamentos do GLOBO e do UOL. A reportagem tentou localizar Edson Celulari pelo departamento de Comunicação da TV Globo, mas não obteve sucesso. A assessoria e a família de Tom Jobim também não responderam aos questionamentos.
Ter uma conta bancária na Suíça ou em qualquer outro país não é ilegal, desde que seja declarada à Receita Federal. Os titulares também devem informar ao Banco Central quando o saldo for superior a US$ 100 mil. (O Globo Online)
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