terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

AMEI – Do Maranhão para o mundo


Carlos Nina

Um português, José Viegas, é o responsável por uma das mais importantes iniciativas culturais já realizadas em benefício da literatura maranhense, a livraria da AMEI, localizada no São Luís Shopping, na capital ludovicense.

Tudo começou quando, ao realizar o lançamento de um dos seus livros na Feira do Livro de São Luís, em 2013 e outro em 2014, José Viegas se apercebeu de quanto o escritor maranhense não era devidamente valorizado e divulgado na sua própria terra.

Decidiu, então, através de sua editora, criar a 1ª Feira do Livro do Autor e Editor Maranhense – FLAEMA, que ocorreu num megaevento de 10 dias no Shopping da Ilha, em maio de 2016, com o slogan “O RENOVO DA ATENAS BRASILEIRA”.

Esse evento, para o qual Viegas conseguiu o patrocínio do Grupo Mateus, reuniu mais de uma centena de escritores maranhenses e recebeu cerca de 50.000 visitantes nesses 10 dias.

Findo o evento os escritores maranhenses, que não sabiam serem tantos, nem se conheciam, salvo as exceções de um pequeno universo de intelectuais bafejados pela mídia, propuseram a José Viegas que não esperasse mais um ano para a próxima FLAEMA, onde foram reconhecidos e valorizados.

Assim fundaram a Associação Maranhense de Escritores Independentes – AMEI e empossaram José Viegas como seu Presidente, em reunião de fundação ocorrida em 25 de agosto de 2016, no auditória da Biblioteca Benedito Leite.

Nessa mesma reunião José Viegas apresentou um plano de ação para os primeiros cinco anos, dando-lhe o título de “O RENOVO DA ATENAS BRASILEIRA”, em continuação à ação iniciada pela 1ª FLAEMA.

As grandes linhas eram valorizar e divulgar a literatura maranhenses na sua própria terra, com todo o aparato e requinte que ela merecia ter e, para tanto, abrir uma livraria num shopping da cidade, com um Espaço Cultural anexo, 100% dedicada à literatura maranhense, para assegurar vez e voz aos escritores que até então não as tinham. O objetivo era criar um amplo e permanente espaço, onde já havia um público regular, para expor a Literatura Maranhense, facilitando o acesso a essa riqueza cultural desconhecida, “ilhas” no centro da cidade).

Muitos pensaram que o português era loco e que seria algo condenado a não nascer ou morrer com pouco tempo de existência. Afinal, quem realmente se importava com a literatura maranhense, já que, pelos vistos, até então, nem sequer os próprios maranhenses a levavam a sério, olhando para ela como uma coisa do passado ou de uma elite (mais do poder financeiro e político do que realmente intelectual), cujas obras pareciam só ter alguma vida no seio dessa mesma elite?

Apenas oito meses após a fundação da AMEI, José Viegas inaugura a Livraria e Espaço Cultural que hoje quase todos conhecemos no São Luís Shopping e que se tornou um ponto de visita incontornável dos turistas além da casa de todos os escritores maranhenses e aficionadas desta rica literatura.

Ali todos os autores são tratados da mesma forma. Autores desconhecidos passaram a ter, ao lado de escritores consagrados até internacionalmente, o mesmo local para lançar e disponibilizar aos leitores suas obras. Estão todas lá, sobre os balcões e nas prateleiras da livraria da AMEI, umas ao lado das outras, sem qualquer distinção. Sem julgamento dos méritos do autor, do conteúdo ou da qualidade da obra. Esse direito é reservado aos leitores.

Hoje, inúmeros são os leitores que percorrem os caminhos entre as ilhas e expositores, abrindo com as mãos e penetrando com os olhos a variedade dos livros ali apresentados. História, romances, contos, crônicas, poesias, teatro, tecnologia, religião, Espiritualidade, autoajuda, geografia, fotografia, matemática, livros para crianças de tosas as idades e adultos com toda e qualquer sede de conhecimento.

Em agosto de 2021 se conclui o primeiro ciclo da AMEI que tinha recebido o nome de

“O RENOVO DA ATHENAS BRASILEIRA”.

Nesse longo e persistente percurso a Livraria e Espaço Cultural da AMEI consolidou-se como principal referência da literatura maranhense, um ponto de encontro das pessoas que produzem essa literatura e onde suas obras podem ser encontradas. Em nenhum outro local isso se dá de forma permanente, aberta, sem preconceito e sem discriminação.

Ao lado da livraria da AMEI a criatividade de Viegas disponibilizou um auditório para eventos culturais, “dedicado à literatura, artes plásticas, artes cênicas, artesanato, dança, música, folclore e tudo o demais que a cultura maranhense tem de melhor”

Ao longo desses cinco anos foram disponibilizados mais de 2.000 títulos de obras de autores maranhenses e realizados, no Espaço Cultural (auditório) da Livraria, mais de 1.900 eventos culturais gratuitos, dentre os quais mais de 700 lançamentos literários.

Uma das ações referentes o ciclo “O RENOVO DA ATENAS BRASILEIRA” prometidas por José Viegas ao assumir a Presidência da AMEI, foi de um dia disponibilizar, para os autores independentes maranhense, uma solução editorial e gráfica independente por forma a permitir ao escritor maranhense editar seus livros com a garantia que o está fazendo com o melhor binómio qualidade / preço do Brasil. Essa promessa também foi cumprida já que em apenas dois anos a solução Editorial e Gráfica sugerida pela AMEI aos escritores já produz uma média de 180 títulos de autores maranhenses por ano.

No dia 17 de dezembro, a Diretoria da AMEI reuniu os associados e obteve aprovação para um novo projeto apresentado por José Viegas para os próximos cinco anos. O projeto apresentado para este novo ciclo recebeu o nome “DO MARANHÃO PARA O MUNDO”, pois pretende levar a literatura maranhense para outros países, através de eventos de mão dupla, abrindo espaço lá fora para divulgar a literatura maranhense, propiciando aos parceiros internacionais uma janela para que, num intercâmbio cultural justo, mostrem aqui, as obras de seus autores.

A importância da AMEI para a cultura maranhense é hoje fato inquestionável. A história há de registrar essa relevância como um marco que viabilizou a visibilidade do escritor maranhense que não dispunha de espaço de divulgação na mídia. Hoje a AMEI se tornou uma vitrine permanente para todos os escritores e artistas maranhenses que buscam um espaço onde disponibilizar sua criação.

Em breve, a AMEI vai começar a fechar uma série de acordos de parceria internacional, numa combinação enriquecedora, que beneficiará escritores e artistas maranhenses assim como os escritores e artistas representados pelos parceiros internacionais.

Eventos presenciais e virtuais com escritores convidados dos países da lusofonia, “embaixadas culturais”, e muitas mais surpresas que José Viegas preparou para este novo ciclo que pretende levar a Literatura e Cultura maranhense para o mundo.

Parabéns à Diretoria da AMEI pelo belo trabalho realizado. Sucesso na nova empreitada, DO MARANHÃO PARA O MUNDO.

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