quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Justiça italiana dá primeiro passo para extradição de Robinho

Após a condenação na terceira e última instância, não restam mais recursos para o jogador e seu amigo Ricardo Falco


A Justiça italiana deu o primeiro passo para pedir a extradição e a apresentação de um mandado de prisão internacional do atacante Robinho e de seu amigo Ricardo Falco, condenados a nove anos de prisão no último dia 19 por violência sexual. A Procuradoria de Milão registrou o pedido de execução da pena nesta semana.

A Constituição Brasileira, promulgada em 1988, não permite a extradição de brasileiros. Por outro lado, o pedido internacional de prisão permite que a dupla seja detida se viajar para fora do País. A Itália também pode solicitar ao governo brasileiro que os dois cumpram a pena do Brasil, mas a possibilidade é remota. O código penal limita a homologação de sentença estrangeira.

Em 2011, Mancini, ex-jogador do Inter de Milão e do Roma, foi condenado e preso na Itália por estupro.

No início de 2022, o jogador Robinho foi condenado, em última instância, a 9 anos de prisão por estupro coletivo. Uma mulher albanesa foi vítima do jogador e de outros quatro homens. O caso ocorreu em 2013, numa boate em Milão.

Christoph Metzelder, ex-zagueiro do Real Madrid e da seleção alemã, foi condenado a dez meses de prisão por posse de pornografia infantil. Além do crime, o alemão também foi acusado de distribuição do material pornográfico. 

Adam Johnson, ex-futebolista inglês, foi condenado a seis anos de prisão por abuso sexual de menor. No julgamento, Johnson admitiu ter aliciado e beijado a adolescente.

Em 1992, o ex-boxeador Mike Tyson foi preso e condenado por estuprar uma jovem de 18 anos. Anos após deixar a prisão, Tyson foi preso outra vez por ter agredido dois motoristas depois de um acidente de trânsito.

Conhecido nacionalmente pelo assassinato e ocultação do cadáver de Eliza Samudio, Bruno Fernandes de Souza, ex-goleiro do Flamengo, foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo crime que chocou o Brasil.

Em 2009, o astro português Cristiano Ronaldo foi acusado de ter estuprado uma ex-modelo. O caso de prolongou por vários anos e, em 2018, o jogador fez acordo e conseguiu encerrar todas as acusações.

Ex-jogador de futebol americano, OJ Simpson ficou mundialmente conhecido após ser acusado de assassinar a ex-mulher, Nicole Brown, e um amigo dela, Ronald Goldman, mas foi absolvido. Anos depois, Simpson se envolveu em situação de roubo e sequestro que lhe renderam 33 anos de prisão.

Em 1987, o técnico de futebol Cuca foi preso por estupro de uma criança de 13 anos, quando ainda jogava no Grêmio, em Berna, na Suíça. Ele e outros três jogadores do clube gaúcho chegaram a ficar detido por 28 dias no país, mas conseguiram voltar ao Brasil. Anos depois, os atletas foram condenados a 15 meses de prisão, mas nunca cumpriram a pena.

Em 1995, o ex-jogador Edmundo foi condenado a quatro anos de prisão em regime semiaberto por homicídio culposo. Isso porque o ex-atleta se envolveu em um acidente de carro que custou a vida de três pessoas.

Em 1993, René Higuita, ex-goleiro da seleção da Colombia, foi preso por seis meses por se envolver em um sequestro.

Em 2016, o ex-botafoguense Jobson foi preso pelo estupro de quatro adolescentes. O jogador chegou a sair sob fiança, mas anos depois foi detido outra vez por descumprir medidas judiciais relativas à prisão anterior,

Em 2011, Mancini, ex-jogador do Inter de Milão e do Roma, foi condenado e preso na Itália por estuproReprodução/ Instagram

De acordo com o jornal Corriere Della Sera, os próximos passos são a coleta de documentos para confirmar a identidade dos dois condenados e a fase de execução propriamente dita, com o envio do pedido de extradição ao Ministério da Justiça. Em seguida, ele deverá ser encaminhado às autoridades brasileiras.

Robinho e Falco foram condenados pela justiça italiana por abusar sexualmente de uma mulher albanesa numa boate em Milão, em janeiro de 2013. A vítima afirmou que seis homens participaram do ato de violência. A dupla brasileira afirma que a relação foi consensual.

A sentença de primeira instância, que já previa a condenação, foi anunciada 2014. Em outubro de 2020, o jogador chegou a ser contratado pelo Santos, mas uma série de protestos fez com que o Santos suspendesse o acordo.

Após a condenação na segunda instância, em dezembro, a juíza Francesca Vitale disse que “a vítima foi humilhada e usada pelo jogador e seus amigos para satisfazer seus instintos sexuais”.

Após a condenação na terceira e última instância, não restam mais recursos para os acusados. O processo contra os outros quatro homens envolvidos no caso está suspenso até o momento, mas pode ser reaberto com a decisão da justiça italiana.

Metrópoles

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