A Polícia Federal prendeu em flagrante, nesta sexta-feira, 17, três pessoas suspeitas de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 500 mil provenientes de emendas parlamentares estaduais. Entre os detidos está Maria José de Lima Soares, presidente do Boi de Maracanã e representante da Banzeiro Grande Produções LTDA, viúva do saudoso Humberto de Maracanã, um dos maiores ícones da cultura popular maranhense.
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Maria José Soares, presidente do Boi de Maracanã e viúva de Humberto
Além dela, também foram presos Larissa Rezende Santos, assessora da deputada estadual Andreia Rezende, e Ivan Jorge da Piedade Madeira, presidente da Companhia de Cultura Popular Catarina Mina. O trio foi abordado por agentes da PF dentro de uma agência do Banco do Brasil, no Centro de São Luís, logo após sacar R$ 400 mil em espécie — valor que, segundo os investigadores, deveria ser destinado a projetos culturais e sociais.
De acordo com a Polícia Federal, os recursos eram oriundos de emendas parlamentares estaduais repassadas a instituições culturais de fachada, contratadas para realizar eventos que nunca aconteceram. No caso mais recente, o dinheiro seria destinado à realização de um evento alusivo ao Dia das Crianças, no último dia 12 de outubro, que não foi realizado.
Em nota, a PF informou que há “fartos elementos informativos” indicando que o montante apreendido tem origem em crimes de peculato e corrupção passiva, e que os valores foram indevidamente repartidos entre os conduzidos e, possivelmente, outras pessoas ainda não identificadas.
A investigação também revelou que Larissa Rezende, assessora parlamentar, foi presa quando tentava levar uma mochila com R$ 400 mil para a Assembleia Legislativa do Maranhão, onde entregaria o valor a uma deputada estadual.
Os três foram levados para a Superintendência Regional da Polícia Federal no Maranhão, onde foram autuados em flagrante por lavagem de dinheiro, crime previsto no artigo 1º da Lei nº 9.613/1998, que prevê pena de até 10 anos de reclusão.
As apurações seguem em andamento para identificar outros envolvidos, incluindo agentes públicos beneficiados e o destino final dos valores desviados, que podem ter sido utilizados para financiamento ilegal de campanhas eleitorais.
A operação reforça o foco da Polícia Federal em combater o uso indevido de recursos públicos destinados à cultura, especialmente por meio de emendas parlamentares direcionadas a entidades de fachada. (O Informante)
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