quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Reinaldo Diniz completa 56 anos de JP e relembra momentos que marcaram sua carreira no jornal

Ainda adolescente, o “Rei” esteve pela primeira vez na porta do “Pequeno” e permanece até hoje, aos 70 anos


NELSON MELO 

Há exatos 56 anos, Reinaldo Diniz dava início a
uma vida de dedicação e bons trabalhos prestados
ao Jornal Pequeno
.
 (Foto: Gilson Ferreira)
Considerado o funcionário mais antigo do Jornal Pequeno ainda em atividade, Reinaldo Fonseca Diniz, de 70 anos, completou 56 compondo a equipe do matutino, no último sábado (23). Emocionado, ele contou um pouco sobre sua trajetória no jornal desde 1963, quando apareceu na porta do JP em busca de emprego. Hoje, “Rei”, como é carinhosamente conhecido, atua como motorista, mas já exerceu diversas funções no “Órgão das Multidões”. 
Eram 17h do dia 23 de fevereiro de 1963. Eufrásio Marques Figueiredo, o “Vavá”, aparece na porta do Jornal Pequeno e perguntou a um rapaz de 14 anos, de nome Reinaldo Fonseca Diniz, o que ele e seu pai, Rosalino Mendes Diniz, queriam com ‘dona’ Norberta, mãe de Hilda Marques Bogéa. Reinaldo respondeu que procurava emprego, pois estava em São Luís, vindo de São Vicente Ferrer (Baixada Maranhense), para ganhar a vida e conquistar o que tanto almejava. 
Antes de pedir emprego no JP, Reinaldo trabalhou por aproximadamente 15 dias em uma mercearia na Madre Deus, região central de São Luís, na parte do atendimento e outras tarefas. Naquela época, como ele relembrou, a maré alcançava as margens do bairro, sendo que pessoas oriundas do Sá Viana (hoje área Itaqui-Bacanga) chegavam à localidade em canoas, para comprar produtos, como açúcar e café, naquele estabelecimento comercial. 
“O serviço era muito pesado e eu ficava lá até as 22h”, comentou Diniz. Desse modo, comunicou seu pai, por meio de carta, de que, provavelmente, retornaria a São Vicente Ferrer, pois a vida em São Luís não estava fácil. Mas ‘seu’ Rosalino decidiu viajar até a capital, pois estava preocupado com o filho. Aqui, levou “Rei” até o Jornal Pequeno, pois tinha conhecimento de que ‘dona’ Norberta, também da Baixada Maranhense, era sogra de José Ribamar Bogéa (1921-1996), o saudoso Zé Pequeno, fundador do JP. 
No fim da tarde do dia 23 de fevereiro de 1963, pai e filho apareceram na entrada do matutino, onde foram recebidos por “Vavá”, que os tratou com muita gentileza. Eufrásio, inclusive, convidou Reinaldo para morar com ele na Rua da Cerâmica, no João Paulo, sendo que o atual motorista do JP residiu na residência do irmão de ‘dona’ Hilda daquele ano até meados de 1968. “Tenho muita gratidão por ‘Vavá”, que sempre me tratou com carinho e respeito pela minha dedicação ao jornal. Esse respeito e carinho eram recíprocos”, assinalou o entrevistado. 
Reinaldo, naquela época, vendia jornais durante o turno matutino e à tarde participava de uma oficina de tipografia com grandes mestres, como Boaventura e Beneval Lessa. Ele também aprendeu tarefas de outros ramos, como impressão (com o admirável Ari), encadernação e corte de papel, que era feito com uso de faca. A partir dali, trabalhou com grandes profissionais, como Melquíades Gomes, “Diquinho”, Sebastião Rodrigues, Geraldo, Antônio José “Bonsó”, Salvador de Lima, Ribeiro “Televisão”, Caio e outros. 

GRANDE E SINCERA AMIZADE 

Ele contou que Ribamar Bogéa, então, perguntou a “Vavá” sobre Reinaldo, pois sua fama de bom funcionário se espalhava nos setores do JP. O resultado dessa curiosidade do fundador do jornal foi uma grande e sincera amizade entre ambos, algo que o entrevistado fez questão de frisar. Zé Pequeno, em uma ocasião, chamou Reinaldo para que, juntos, montassem um projeto de assinaturas do jornal nas bancas e nas repartições. 
A ideia rendeu bons frutos, pois o JP se espalhou para outros locais ainda não alcançados com tamanha dimensão. Reinaldo Diniz entregava os jornais a pé em bairros como Vila Palmeira, Monte Castelo, Madre Deus, Alemanha e outros. “Às vezes, eu pegava um ônibus para fazer esse serviço, mas não era costume”, pontuou o entrevistado. Ainda segundo ele, “Bogéa era um homem muito inteligente e comunicativo. Gostava de compor músicas e ajudava os funcionários como podia. Uma pessoa muito humilde”. 
De 1963 para cá, Reinaldo disse que conheceu vários bons jornalistas que passaram pelo Jornal Pequeno, como Cunha Santos, Carlos Nina, James Calado, Eider Paz, Josemar Pinheiro, Aldir Dantas, João Alexandre, Oliveira Ramos, Jorge Vieira, José Machado, Milson Coutinho e Mário Coutinho. E disse se sentir honrado por trabalhar, também, em uma época com “novos” nomes na empresa, como Aurélio Carvalho, Wellington Rabello, Jully Camilo, Gabriela Saraiva, Valquíria Ferreira, Nelson Melo, Luciene Vieira, Joel Jacintho, França Melo, Manoel Santos Neto e Oswaldo Viviani. Ele citou, ainda, outros profissionais do JP, como Jonny Figueiredo, Marcelo Araújo, Arcenildo, Gilson Ferreira, Francisco Silva, Leo Nascimento, Elton José, Gustavo Bogéa, Sérgio Olegário e Charles Ramos. 
E, evidentemente, Reinaldo não poderia esquecer de mencionar a saudosa Josilda Bogéa Anchieta (1959-2011), que era diretora administrativa e financeira do JP. Fundadora do suplemento cultural e literário Guesa Errante, que editava juntamente com o professor e escritor Alberico Carneiro, ela se tornou um baluarte para Fonseca Diniz, como ele se expressou na entrevista ao demonstrar uma forte emoção quando descrevia as qualidades de Josilda. 
Ao final da entrevista, Reinaldo deixou seus agradecimentos a todos os filhos de ‘dona’ Hilda e Zé Pequeno - Lourival, Luiz Antônio, José Ribamar (Ribinha), Eduardo e Gutemberg Bogéa (Gutinho) -, pois todos eles o tratam com muito respeito e gratidão pela brilhante contribuição para o desenvolvimento do Jornal Pequeno, que, em maio deste ano, completará 68 anos de existência.  (Jornal Pequeno)

 



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