sábado, 17 de novembro de 2018

A vitória da Bandeira Brasileira

Carlos Nina*

A bandeira é uma identidade da instituição que representa. Usada como meio de comunicação, a meio pau, representa luto. Um pano branco, hasteado por uma das partes em combate, significa pedido de cessação ou sustação da luta.

Obrigatórias nos navios, as bandeiras identificam a nacionalidade das embarcações ou dos países sob cujo registro navegam.

Torcidas levam bandeiras de seus times para os estádios. São bandeiras que anunciam os vencedores nas competições esportivas ou informam aos participantes sobre o que acontece nas pistas.

As bandeiras são importantes porque simbolizam aquilo que seus portadores defendem. Não precisam dizer nada. A bandeira já o diz. É tal a importância da bandeira que o termo ganhou um significado figurado, qual seja o de uma ideia, ainda que tal ideia não seja representada por um pedaço de pano, mas por uma proposta, uma causa, uma conduta.

Nas eleições de 2018 as bandeiras foram protagonistas. Duas em particular. A vermelha e a verde e amarelo.

Mesmo sem adentrar no mérito das propostas de cada um dos candidatos, se todos os vídeos da campanha nos fossem mostrados, sem som, ali estavam as bandeiras agitadas a revelar o que aconteceu no pleito deste ano. Não era preciso ouvir nada para saber-se o que cada bandeira representava.

Quando o candidato que se identificava com as cores da bandeira nacional sofreu um atentado que o imobilizou num hospital, a maioria dos eleitores tomou uma decisão histórica: assumiu sua candidatura e sua campanha, desfraldando a Bandeira Brasileira e convidando a todos os seus apoiadores para vestir-se de verde e amarelo, ainda que fossem camisas das seleções brasileiras.

O que aconteceu depois nas imagens dispensa explicações: quem dizia representar um corrupto condenado e exibia sua foto colada à dele, mudou a estratégia: “Eu sou eu, não sou mais ele”. O mais impressionante não foi isso, que certamente constitui-se num alívio para o candidato, que passou até a negar que anistiaria o condenado, se eleito fosse, como antes prometia, como “bandeira” de campanha. O que se tornou mais visível foi o repúdio à bandeira vermelha, que foi eliminada de sua campanha. Não só isso: adotou as cores verde e amarela. Mas como a melancia. Por dentro, vermelha com caroços pretos.

Como um camaleão, o candidato das bandeiras vermelhas usou o artifício do mimetismo para confundir o eleitorado. As cores da identidade nacional, da mata amazônica e do ouro das entranhas brasileiras dominaram o cenário eleitoral. A Bandeira Brasileira mostrou sua força, sua importância. O candidato das bandeiras vermelhas sucumbiu a essa realidade. Mudou até as propostas de seu partido.

Mas o eleitor conhece a natureza do escorpião e escolheu quem defendeu a bandeira nacional e tudo o que ela representa, repudiando aquele cuja militância, de bandeira vermelha em punho, tem o hábito de queimar a Bandeira Brasileira.

O Brasil comemora em 19 de Novembro o Dia da Bandeira. Neste ano tem renovado motivo para a comemoração. Nas eleições de 2018 o Pavilhão Nacional esteve em guerra. Tentaram vencê-lo matando quem o portava. Mas o “símbolo augusto da paz” impôs-se acima de tudo, com Deus acima de todos.


*Advogado e jornalista

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