segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Trajetória da democracia brasileira é analisada no livro do jornalista Antonio Carlos

Em noite de autógrafos aberta ao público, o jornalista Antonio Carlos de Oliveira lançou, na sexta-feira (9), o livro “Comunicação&Justiça – Dilemas da Cidadania na Sociedade Contemporânea”. O evento literário aconteceu no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, na Praia Grande durante a 11ª Mostra do ESMAM Cultural, da Escola Superior da Magistratura do Maranhão.
O livro – que tem o selo ESMAM e projeto gráfico do designer Carlos Eduardo Sales – mostra que é proibido calar quando o assunto é ética e cidadania e estimula uma resposta da sociedade ao desânimo presente em muitos brasileiros em relação à política. A versão eletrônica está disponível, gratuitamente, no catálogo das obras lançadas pela escola judicial.
Comunicação&Justiça reúne 222 artigos publicados na plataforma eletrônica ‘Justiça Global’ e em jornais do Rio Grande do Sul, muitos deles no Jornal Pequeno, de São Luís, onde o autor assina a coluna Justiça&Cidadania.
Com prefácio do diretor da Escola Superior da Magistratura, desembargador Paulo Velten, e apresentação do jornalista e membro da Academia Maranhense de Letras, Félix Alberto Lima – abre a discussão sobre a cidadania ativa no país e sobre como se encaixa o jornalismo na engrenagem do sistema democrático.
“Antonio Carlos é jornalista de formação, mas escreve com conhecimento de causa sobre matérias menos objetivas que o jornalismo: ora empunha a pena como um verdadeiro operador do Direito, ora expõe suas ideias como um cientista político na infalível tarefa de esmiuçar o tecido social do Brasil”, ressaltou Félix Alberto.
O Acadêmico observou que o autor evita a análise rasa para enveredar em assuntos complexos. Para isso, recorre aqui e ali a elementos da história ou fundamenta os seus argumentos em recortes de Platão, Aristóteles, Montesquieu, Rui Barbosa, Monteiro Lobato, John Locke, Cesare Beccaria e Carlos Drummond de Andrade, só para citar alguns nomes do direito, da filosofia e da literatura.
Com esse viés, Oliveira exemplifica um ponto fundamental de sua proposta, que é a mudança da realidade social forjada nas ações políticas cotidianas tendo como protagonistas os cidadãos brasileiros. “Cada um tem que agir dentro daquilo que está ao seu alcance como cidadão”, diz o jornalista.
O livro é o testemunho vivo de um repórter idealista e engajado às causas sociais avançadas de seu tempo. Em pesquisas e investigações jornalísticas exaustivas sobre a trajetória da democracia brasileira no cenário político nacional, o jornalista analisa, com acuidade – em textos propositalmente atemporais – questões pertinentes à cidadania, à legislação e à aplicação no Direito, na infalível tarefa de esmiuçar o tecido social do Brasil.
TEMAS 
O sistema de Justiça e seus procedimentos, a organização sócio-política brasileira, a economia e outras temáticas de interesse social são abordadas no livro com muito senso crítico, evitando a análise rasa para enveredar em assuntos complexos.
Os textos são dimensionados a partir de diferentes perspectivas, mostrando a inquietação de um jornalista que ainda acredita que a história política brasileira pode ser escrita de outra forma.
Segundo ele, não se pode odiar a política, que é uma prática necessária à sociedade e ao cidadão, e sim praticá-la até fazer com que aquelas instâncias que não cumprem corretamente o seu papel mudemos a maneira de agir.
Mesclando estudos científicos de sua experiência profissional como repórter no Rio Grande do Sul, México, Colômbia e no continente africano – Nigéria, Senegal, Moçambique, Angola, Costa do Marfim e Zimbabwe – Antonio Carlos dialoga com o leitor repautando temas ligados à democracia que estão na ordem do dia.
“A pertinência da obra se dá num contexto em que a tênue democracia no Brasil, na Colômbia, no México e na África repete, grosso modo, a apartação social, econômica e política”, declarou Oliveira.

MATURIDADE 
Para o desembargador Paulo Velten, que escreveu o prefácio da obra, os assim chamados “dilemas da cidadania” são abordados pelo jornalista Antonio Carlos sob variados aspectos que vão das reformas político-partidárias-legislativas à visão renovada de velhos institutos jurídicos, passando pela complexa temática da judicialização da vida de relações, sem descurar das polêmicas questões sociais e de gênero.
“Em todos os artigos, porém, há um ponto em comum: as opiniões do autor são expostas com a clareza, a objetividade e a coragem forjada na prática jornalística de 40 anos de atividade profissional. O livro, portanto, celebra a maturidade desse inquieto pensador e constitui seu importante contributo para o exercício mais consciente da cidadania”, finaliza Velten.

TRAJETÓRIA 
Maranhense, de Caxias, Antonio Carlos de Oliveira é formado em Jornalismo e Direito pela Unisinos (Rio Grande do Sul). Tem Mestrado em Jornalismo Científico pela Universidade de Puebla (México) e Especialização na Universidade Javeriana de Bogotá (Colômbia). Iniciou a carreira como repórter político em Porto Alegre e trabalho como correspondente na Àfrica – Nigéria, Costa do Marfim, Senegal, Angola, Moçambique e Zimbábwe. Foi assessor de Imprensa na CNBB (Conf. Nacional dos Bispos do Brasil) e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

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