quarta-feira, 27 de julho de 2016

Multa para quem usar celular no trânsito passa para R$ 293,47

A multa para quem usa o celular no trânsito vai ficar mais cara. A partir de novembro, vai passar de R$ 85 para R$ 293,47. Muita gente ainda se arrisca, e coloca os outros em risco, para usar o telefone no trânsito.
A reportagem do Jornal Hoje acompanhou um motorista falando ao celular por um minuto e 20 segundos, em uma das principais avenidas de Belo Horizonte. O rapaz digita, olha para o trânsito, para baixo e assim vai... “Ele está perdendo a noção do que está acontecendo no ambiente. Um carro pode parar na frente dele, vai ter abarrotamento na traseira do carro. Alguém pode atravessar fora da faixa de pedestre e ele não vai ver ou um carro mudar de pista e ele vai ter uma colisão”, analisa o neurologista Rogério Faleiro.
Um outro homem manda mensagem de voz e tem dificuldade para passar a marcha. Outro motorista com o celular na mão se embaraça para trocar os óculos e dirige sem tirar o olho da tela. Mesmo que a pessoa esteja segurando o aparelho é um risco e dá multa. É proibido dirigir com apenas uma das mãos ao volante. 
Tem gente que acha que dá pra dividir a atenção entre o trânsito e os aplicativos de mensagens e as redes sociais. O problema é que a pessoa distraída acaba se desconectando do que acontece ao redor. É como se o motorista tivesse um apagão ao volante, que pode durar até 10 segundos.
Com o carro a 60 km/h, o deslocamento é de 17 metros por segundo. No final, o motorista terá percorrido 170 metros sem ver o que está acontecendo à frente. “O que nos dá esse reflexo é um órgão que nós temos na parte posterior do cérebro, que é o cerebelo. Quando eu vou ler a mensagem, eu estou tirando o que a gente mais precisa de reflexo, que é a nossa visão. Mesmo que a gente retorne a visão para a estrada ou para a área urbana, o cerebelo vai demorar alguns segundos pra retomar aquelas informações que ele perdeu”, explica o neurologista.
No sinal fechado, o motorista também pode ser multado. De janeiro a maio deste ano, em Belo Horizonte, foram 51.720 infrações. No Rio de Janeiro, foram 25.204 e, em São Paulo, este ano, só até março, 117.962 infrações.
“Já teve relato de condutor ser abordado e sendo autuado ele diz que estava no meio de uma negociação, que era mais importante do que a multa”, conta o sub-inspetor da Guarda Municipal, Jean Leroy.
O neurologista alerta: “Acidente mata, causa sequelas e a gente tá aumentando o número de acidentes ao tornar tão banalizado o uso de mensagens enquanto dirige”. (G1)

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