sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A FESTA DE RIBAMAR, NA SUA PRAIA, COM LUA ACESA

 (MAR DE FIÉIS NA PROCISSÃO DE SÃO JOSÉ, SURFANDO NA ONDA DA SUA POPULARIDADE EM VOLTA) 

 Herbert de Jesus Santos 

 Para quem bate o sino e acompanha a procissão, com um olho na missa, e o outro, no padre, como este repórter, no sentido figurado de alertar alguma deficiência comunitária, para melhorar, e ver de perto, para contar de certo, conforme recomenda o bom Jornalismo, fazia um tempão em que não se assistia à procissão de São José, num mar de devotos, escoando nas duas pistas da Rua Grande, como na tarde/noite de domingo passado, quando a lua cheia, convidada para a Festa de Ribamar, há mais de 200 anos, emoldurou a missa campal prestigiada por milhares de pessoas. 
 Com 90 anos de idade, em mais de 30, acompanhando da sua porta a passagem do cortejo do padroeiro, o procurador de Justiça aposentado José Ribamar Seguins percebeu crescimento maior, neste ano, como há muito tempo não visto. Decano do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), onde ocupa a cadeira Nº 21, patroneada por Henriques Leal, Seguins (então presidente, recepcionou-me no IHGM, como membro e seu confrade do sodalício, em 28.7.1993) foi professoral no que considerou: “Observamos que a conciliação da parte religiosa com a popular sempre foi melhor para a Festa de Ribamar”. Mais novo, porém com mais tempo de vida, presenciando ao evento, por haver nascido ribamarense, o engenheiro-civil Francisco José Albuquerque, vibrando, não deixou sua emoção por menos: “No ano que vem, com o retorno do formato com clubes dançantes, crescerá muito mais com a nossa esperança de alcançar o nível de maior do Maranhão e uma das mais concorridas do Nordeste”. E acrescentou, confiante: “Vivemos o tempo de agregar valores, e sempre foi assim, na festança do nosso padroeiro, quando a lua cheia nos brindava com seu charme, dando mais elegância do início da novena ao Domingo da Festa!” 
Círio de Nazaré, com a festa de brega, e proibição em Ribamar — Falamos que a Festa de Ribamar era maior, e mais bonita e prestigiada, quando não ia somente até à procissão, qual os padres teimaram em fazer, e fracassaram em seu sucesso, tirando a parte dançante. Este modelo popularizado, foi perdido para a Festa do Círio, em Belém (PA), desde os anos de 1980, segundo seus estudiosos: “O universo comum dos bailes de brega mobiliza Belém, especialmente na conotação religiosa, como o Círio de Nazaré, que, anualmente, imprime uma certa mudança de ênfase das práticas festivas disseminadas pelo espaço urbano durante o período de sua ocorrência. O circuito bregueiro permanece ativo na cidade e se interpola no roteiro da programação religiosa, adaptando-se ao espírito festivo dominante, assumindo um papel de complementação dos festejos. O baile brega permanece como uma opção importante de lazer para os romeiros e fiéis do Círio”. Por fora dessa interação social, em Ribamar, os padres reprimiram a parte dançante do festejo, como era, perto da Praia do Barbosa, e ensejou a decadência. 
 A volta da lua cheia, com mar de gente na procissão — Mal programada, fora da lua cheia, após a procissão, em 2014, os vigários prejudicaram até a comercialização de louças de cerâmica, de Rosário, batata-roxa, da Região do Munim, e suvenires dos camelôs de São Luís. Anunciaram que, em 2015, seria em 27 de setembro, o domingo no apogeu da Lua, e a fizeram em minguante, em reprise fracassada da de 2014. Após muita insistência deste jornalista, foi, em 2016, domingo da festa, sob a lua cheia, quanto na tradição secular, e prenúncio de que, em 2017, será sucesso para o Brasil inteiro vir ver de perto, para contar o certo. Ganhou A Festa de Ribamar, com a devoção, também, do JP Turismo, que nunca se fechou para a esperança de que melhoraria em movimentos dos católicos, como no seu auge, há tempos. Em tempo: Enviei muitos cartazes da Festa de Ribamar, para Brasília (com a atenciosa recepção da professora Graça Rodrigues, maranhense de Codó), Rio e São Paulo (com ribamarenses e são-luisenses, conhecidos e parentes meus da Madre de Deus), com o intuito de ajudar no soerguimento do festejo, no atrativo aos visitantes e romeiros, que perdemos, com a decadência; o Domingo da Festa foi, neste ano, com lua cheia, que nem há mais de 200 anos; e a Comissão de Devotos à Revitalização da Festa de Ribamar, da qual integro, providenciará, para melhorar o astral do movimento, em 2017.

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