quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Audiência pública na UFMA discute emissão de esgotos nos rios da Ilha de São Luís

Uma audiência que discutiu bem mais do que um simples processo judicial, levando ao público a atual situação dos rios que cortam a Ilha de São Luis. Assim foi a audiência pública promovida pela Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís. Presidida pelo juiz Douglas de Melo Martins, titular da unidade judicial, a audiência aconteceu no auditório central da Universidade Federal do Maranhão, e foi acompanhada, também, pela vereadora Rose Sales, pelo Secretário Municipal de Meio Ambiente, pelo presidente da Caema João Reis Moreira Lima, entre outros.
Logo de início, o juiz explicou que a audiência iria coletar mais dados a respeito desse assunto, no sentido de se tomar uma decisão sobre o pedido do Ministério Público. De acordo com o MP, a Caema (Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão) e o Governo do Estado do Maranhão não cumpriram as determinações do processo movido contra eles, que os obriga a tratar os esgotos, despoluir os rios que entrecortam São Luis, e evitar mais despejo de esgoto nesses rios.
Em função desse não-cumprimento, foi feito então o pedido junto à vara, no sentido de que os réus paguem uma multa que, em dados atualizados, chegam a 18 milhões de reais, haja vista que o referido processo já transitou em julgado e o MP entende que nada foi feito no sentido de cumprir a sentença. “O pedido é que a Justiça bloqueie a conta da Caema referente à publicidade, e não aos salários dos servidores”, explica o promotor de Justiça Fernando Cabral.
O juiz Douglas Martins destaca que todas as informações adquiridas na audiência contribuirão no sentido de que seja tomada essa decisão, no sentido de penalizar a Caema e o Governo do Estado. “Diiversas pessoas, entre professores, especialistas, pescadores e líderes comunitários, explanaram sobre a situação dos rios Bacanga, Anil e Bicas, sempre destacando a enorme quantidade de esgoto e lixo, que prejudicam a saúde dos rios e impossibilitam que pessoas sobrevivam da pesca. E sobre esses depoimentos é que a gente vai tomando a real ciência se a Caema estaria ou não fazendo alguma coisa em função da decisão já transitada em julgado”, ressalta Douglas.
O servidor da CAEMA, Marcos Silva, além da explanação sobre o tema, pediu que o juiz observasse diversas fotos, nas quais mostra a situação ao longo desses rios. “É inadmissível o que os gestores, tanto estaduais quanto da Caema, negligenciaram essa questão do esgoto em São Luis. E o mais revoltante é que a gente sabe que milhões de reais vieram do Governo Federal no sentido de amenizar e resolver algumas situações, mas nunca nada foi devidamente aplicado”, observou

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