quinta-feira, 23 de abril de 2015

PF prende quadrilha suspeita de fraude no seguro-desemprego no MA, TO e GO

Criminosos usavam dados falsos de trabalhadores para desviar dinheiro.
Polícia Federal estima que prejuízos ultrapassam R$ 10 milhões.


A Polícia Federal no Tocantins desarticulou uma organização criminosa especializada em fraudar benefícios de seguro-desemprego. Segundo informações da assessoria de comunicação da PF, indícios colhidos no inquérito policial demonstram que os criminosos tinham acesso ao sistema do Ministério do Trabalho e Emprego. Eles faziam o requerimento de benefício usando dados de PIS de trabalhadores reais e fictícios. A suspeita é de que o prejuízo causado à União supere R$ 10 milhões. A operação é denominada Xeque Duplo.
A PF disse que para realizar a fraude, os membros da organização criavam perfis de desempregados por meio de dados falsos referentes a empresas laranjas. Os crimes cometidos pelos suspeitos são de organização criminosa, estelionato, falsificação de documento, uso de documento falso, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistemas e lavagem de dinheiro. A polícia disse que o grupo agia no Tocantins, Goiás e Maranhão.
A PF informou ainda que além da operação Xeque Duplo, foi realizada outra, a Duas Caras. Esta se refere a fraude praticada por dois integrantes da mesma organização criminosa. Eles agiam com a participação de terceiros e tentavam enganar a própria Justiça. Criavam um processo em que contestavam um saque do seguro-desemprego. Depois, os dois suspeitos ingressavam com ação por danos morais na Justiça Federal contra a Caixa Econômica Federal.
"Os investigados teriam falsificado documento de identidade e combinado o saque da conta de um deles, mediante uso de documentação falsa, para posteriormente questionar esse saque junto à Caixa Econômica Federal e ingressar com ação por danos morais contra a instituição bancária", informou à PF.
Nas duas operações foram mobilizados 110 policiais federais para o cumprimento de 13 mandados de prisão preventiva, 10 mandados de prisão temporária, três mandados de condução coercitiva e 21 mandados de busca e apreensão. Todos os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Criminal da Justiça Federal em Palmas.
Segundo a assessoria de comunicação da PF até às 10h desta quinta-feira, a polícia tinha cumprido 13 mandados de prisão no Tocantins, cinco em Goiás e quatro no Maranhão. Além disso, 15 mandados de busca e apreensão no estado tocantinense, quatro em Goiás e dois no Maranhão.
A justiça expediu dois mandados contra dois dos presos. Um deles, inclusive, já se encontra em um presídio do Tocantins. Ele foi condenado a 21 anos por prisão em flagrante pelo mesmo tipo de golpe. Os policiais vão até o presídio cumprir os outros mandados contra ele. Os nomes ainda não foram divulgados pela PF. (G1)

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