quarta-feira, 23 de março de 2016

Há uma tentativa de golpe orquestrada pelo Judiciário, diz Flávio Dino

Governador Flávio Dino
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), afirmou ontem terça-feira (22) que há, hoje em dia, uma tentativa de um golpe orquestrado por parte do Poder Judiciário para impedir que a presidente Dilma Rousseff possa concluir o seu mandato.
Ex-presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), o maranhense criticou a atuação do juiz Sergio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, ao, sem citar o nome do magistrado, afirmar que é preciso "conter os abusos judiciais".
Dino afirmou ainda que o país assiste hoje ao crescimento de manifestações "fascistas" que defendem a violência como atuação política e que estão em busca de um "de um führer, de um protetor". "Ontem foram as forças armadas, hoje é a toga supostamente imparcial e democrática", disse.
Ele participou do ato de juristas, advogados, promotores e defensores públicos contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff realizado nesta manhã no Palácio do Planalto. Batizado de "Encontro com Juristas pela Legalidade da Democracia", o evento temcomo tom principal críticas à atuação de Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato.
Sem citar o nome do magistrado, Dino criticou a nota enviada pelo juiz a veículos de comunicação no domingo (13) logo após as manifestações pró-impeachment em que afirmou ter ficado "tocado" com o apoio à Operação Lava Jato nos atos pelo país.
"O Poder Judiciário não pode mandar carta para passeata. [...] E se um juiz quiser fazer passeata, há um caminho. Basta pedir demissão. Não use a toga para fazer política. Isso acaba por destruir o Poder Judiciário", afirmou o maranhense. "É preciso conter os abusos judiciais. Quando um juiz abusa não significa dizer que todos abusam mas esse abuso contamina a ordem jurídica", completou.
O maranhense afirmou ainda que há no país uma luta recorrente das elites sociais pela manutenção de seus privilégios. "É uma estratégia perene da luta política do nosso país. Ela obedece a uma lógica: esconder verdadeiros problemas. A maior corrupção que pode existir é a desigualdade e injustiça social. E aqueles que querem situar apenas a corrupção do Estado, querem apenas defender seus privilégios de classe e de casta. É 1% da população que usa há várias décadas essa estratégia para defender seus interesses", disse.
Além de Dino, outros juristas discursam neste momento no Palácio do Planalto. Ao chegar para o evento, Dilma foi bastante aplaudida pelos presentes ao ser anunciada. Enquanto a petista cumprimentava alguns convidados, a plateia entoou o grito de "não vai ter golpe".
Na semana passada, sob o comando do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Câmara instalou a comissão especial que vai analisar o processo de impeachment. O peemedebista tem realizado sessões plenárias em dias não comuns à sua realização para acelerar a tramitação do caso. A expectativa dos deputados é votar o impedimento de Dilma até o fim de abril. (Mariana Haubert)

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